Será que todas as histórias de amor, são iguais?

Perdi-me no meio das imensas perguntas que ouço diariamente, perdi o rasto da última afirmação positiva que saiu da minha boca, junto com o meu olhar arrastado no meio do vazio da minha mente, perdido na paisagem.
Perdi o meu olhar sereno nas bermas da estradas encurralado na imaginação de contos de fadas, perdi os meus longos passos e dei por mim a rastejar por este caminho que se mostra ser infinito. Perdi o meu bom humor que me guiava em todos os aspectos. Perdi o coração no meio desta estrada que percorro, deixando assim pequenos rastos do mesmo para que alguém me possa encontrar e devolver-me. Perdi a luz que me guiava no escuro e a voz que me confortava nos momentos de mais receio. Perdi o ombro onde pousava a minha cabeça quando o medo se apoderava da minha inocência. Perdi-te a ti, aos teus hábitos, às tuas manias. Fiquei com o 'nós' divido separando-nos do futuro. Resta-me apenas um último olhar, um último toque, uma última palavra que me faça crer na tua escolha, fazendo-a convicta de que é isso que desejas.
Que sei eu acerca de mim? Nada! Apenas o que o mar sabe sobre o seu destino, a inexplicável comunhão entre as suas gotas de água e os singelos grãos de areia ou a temível colisão entre os devaneios das suas ondas e as cortantes falésias de uma qualquer costa.
Mas é precisamente aí que os destinos embatem na sua mais profunda solidão, a vida e a morte. Nada nem ninguém conseguirá alterar o rumo destes acontecimentos felizes e infelizes da natureza e do desejo gravítico do fim. É assim e será sempre assim. Que sei eu te ti? Nada! Apenas que vives e sentes como qualquer um, sem destino definido. Queres e não podes, podes e não queres. Amas e não sentes, sentes e não amas. Passa aqui, passa acolá, acaricia todos num breve toque de magia e amor e nós sentimo-lo e ficamos arrepiados, mas nada fazemos. Que sei eu de nós? Nós? Quem somos nós? Um cruzamento de vontades desencontradas e cegas de amor. E depois grito: Não, espera! Não vás! Não é por ti, é esse o problema. Ainda aí estás? Sim, sinto-te! Mas onde estás tu? Não fujas! Espera por mim! Já lá não estás? Percebo, não estás. Vives e lutas por ti, não esperas por ninguém. Sentes e queres por ti, não paras. Amas por ti! Afinal estás aí? Eu é que fugi? Mas eu estava lá, pois percebo. Não era lá, era cá, na realidade e tu no outro lado da lua. Perdi-me no mundo dos sonhos e julguei que estava na realidade. Sou uma boa sonhadora de pesadelos num sublime toque dos extremos entre o preto e o azul, entre o branco e o vermelho. Num respirar ofegante de luas passadas e promessas não cumpridas. E depois, enchemo-nos de doçura e delicadeza, de luas e sóis, de mar e vento, de florestas e praias. Não sei nada e nada sei, sou um poço de contradições insatisfeitas pelas dúvidas estúpidas e enganadoras acerca do mundo.
Não sei o que são rios de gelo líquido, o que são montanhas de árvores brancas, o que são vulcões de formigas incandescentes, o que são, o que é a natureza. Nunca voei pelo ar fresco duma floresta, nunca nadei pelos caminhos íngremes duma serra, nunca caminhei pelo regato dum ribeiro, nunca senti o que é ter-te comigo de verdade, e se o senti, não foi tão memorável como esperava.
Percebo agora como tão facilmente começamos a depender uns dos outros, a tão enorme facilidade de nos agarrarmos a alguém e dificilmente somos capazes de a largar por qualquer contradição que nos aparece em frente dos olhos.
Percebo como me agarrei a pessoas que tanto valor tem para mim e , se hoje as deixei cair por entre as minhas mãos da tão crua forma como nos despedimos. Reconheço o receio do meu futuro e a insegurança do meu presente. E ainda tento perceber o porquê de existirem pessoas tão importantes para nós que no fim de tudo acabam por se perder no mar de ilusões que a vida nos deixa na mesa, ao nosso dispor.
Não percebo, mas dou cada passo como se a cada dia fosse percebendo cada vez mais deste caminho que me pedem para seguir. E pequenos sorrisos vão aparecendo, pequenas emoções me vão enchendo o coração e a alma e eu sou feliz, nem que seja por momentos.


Não tem significado (:

1 comentário:

C'F disse...

Amei... está mais que perfeito (como tu)
Amo-te